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The 100 | Terá a finale sido do fim do mundo?

Foto do escritor: Orquídea PolóniaOrquídea Polónia

Terminou recentemente a série The 100, que fui acompanhando e cujos livros li e dei também aqui opinião. Na verdade, tenho o quarto livro da saga em espera, mas segue-se sempre um princípio: quando tens demasiados livros/ séries para ver e ler, porquê pegar naquele que te interessa menos?


Em tempos prévios, quando o tempo era menos e as séries em atraso eram muitas, talvez mesmo o final desta temporada ficasse o livro: encostado até um dia por definir. Como as séries eram menos (ok, agora ando a ver mil séries novas...) decidi que não custava ver os últimos episódios. Não, pois não?





Esta série começou por ser algo novo, jovial e leve. O meu interesse foi decrescendo ao longo das temporadas, pelos mais variados motivos. Uma série que começa com uma situação pós-apocalíptica, mas muito bem pensada e sempre bem justificada enquanto ficção científica.


Após uma guerra nuclear, a Terra deixa de ser habitável e todos os vestígios de vida ficam apagados. A humanidade passa a resumir-se aos sobreviventes que já antes do acontecimento trágico tinham sido transferidos para estações espaciais, a "Arca". No entanto, viver eternamente no espaço não é uma solução tão viável, já que os recursos tornam-se escaços após gerações e gerações de residentes. Dessa forma, nasce o projeto "The 100", de cem criminosos que são enviados para a Terra de forma a determinar se ela já é habitável. São adolescentes com boas hipóteses de sobrevivência, mas que, sendo criminosos, podem ser descartados em caso de falha do projeto.

Descobrindo que a Terra já é um bom sítio para viver, descobrem também que não estão a salvo apesar de tudo, pois afinal nem todos os habitantes do planeta foram exterminados e há ainda quem viva no planeta.


A série começa bem, em 2014, sobretudo sendo dirigida à população mais jovem. A trama é boa e bem justificada, é diferente das séries mais emblemáticas. O núcleo de personagens é conciso e as histórias que cruzam o plot principal são simples. No entanto, sinto que isso vai mudando ao longo das diversas temporadas. As tribos crescem e casa vez são encontrados mais povos, com outros modos de vida. Mais personagens, portanto.

Depois, balançamos entre terra e espaço, em cada vez mais problemas que vão tornando o drama mais acentuado, mantendo-se a tónica na sobrevivência da espécie.

Depois, passamos para outros mundos, outras realidades.


Apesar de nunca se perder a ciência enquanto justificação e argumento para tudo o que acontece, fazendo com que todas as alterações da trama sejam realistas dentro da ficção, a história fica demasiado densa. O número de personagens vai aumentando, mesmo com muitas mortes pelo caminho. Há demasiadas pessoas novas de temporada para temporada e isso faz com que, ao longo de 7 anos, se torne uma série cansativa e a empatia não se chegue a criar. As alterações da trama são tão constantes que acabo por perder o fio da mesma, tornando-se difícil de acompanhar.





Quanto às personagens, são boas inicialmente, carregadas de dilemas morais. Afinal, o que esperar de adolescentes descartados e já considerados criminosos? Crimes como desafiar a autoridade ou proteger a família da falta de recursos (comida e oxigénio). Para personagens como Clarke e Octavia, a linha entre o bem e o mal é sempre fina e os erros pareciam ser a forma mais humana de existir. Essa era das mensagens mais importantes da série, recuperada no final com mestria e aproximando-a do lado mais humano do espectador. No entanto, ao fim de 7 anos realmente já esperamos menos erros e mais crescimento, sobretudo no caso de Clarke, cuja aptidão para escolher fazer asneiras só arrancava suspiros e encolher de ombros.


A temporada final não veio redimir a série, mantendo o mesmo padrão de sempre.

No entanto, isso não quer dizer que não tenham existido momentos bons, que existiram. Apenas que esses não compensaram os erros e as falhas. O episódio que mais gostei foi o que introduziu uma nova história, servindo de base para uma nova série paralela, nomeadamente uma prequela, a ser estudada ainda, sobre a seleção prévia à guerra nuclear para decidir a sobrevivência da humanidade. Afinal, quando o que gostamos mais é sobre uma história completamente diferente, não pode ser bom sinal, certo?

Além disso, pegaram em personagens maduras e desenvolvidas, com Bellamy, e estragaram-nas. Já não me importava o suficiente para ficar desconcertada, mas foi mais uma rutura com a série.


Tivemos momentos bons, sim. Gostei do conceito de transcendência, de uma guerra que afinal era um teste à humanidade. De todos os valores mencionados: a bondade, a paz, a amizade. Foi um desfecho bonito e o fim de um ciclo que parecia culminar sempre em batalhas na série. Mas também foi um pouco forçado e apressado, penso. Depois de tantas provações, acho que personagens como Clarke mereciam mais. Principalmente, que os fãs mereciam mais.

Concordam?









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