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Sobrenatural | O final e a despedida emocionada dos Winchester

Foto do escritor: Orquídea PolóniaOrquídea Polónia

A série Sobrenatural/ Supernatural preencheu o coração de muitas pessoas pelo mundo fora, incluindo cá em Portugal, já que sempre teve o seu espaço de antena cá (no início com a RTP2 e agora no AXN). Temporada após temporada, sempre teve um espaço junto dos fãs muito próximo e próprio, criando aquilo que muitos consideram uma família. Mesmo sem nunca ter visto a série, a maior parte das pessoas sabe quem são Dean e Sam. Por isso, ao fim de 15 temporadas, quando anunciam o fim da série, é com um sabor agridoce que se fica: por um lado, era expectável que o final estivesse próximo; por outro, não sabemos como nos despedir de personagens que nos acompanharam durante mais de uma década e se o final lhes fará justiça.

Portanto, é com esta mistura de sentimentos que venho aqui falar sobre este final!




Começo por lembrar que é óbvio que, sendo este um artigo de opinião, é apenas o ponto de vista. Não há isenção e imparcialidade quando se trata de algo que nos acompanhou cerca de 15 anos, o que, no meu caso, é mais de metade da minha vida.

Por isso mesmo, demorei uma semana a escrever e publicar este texto.


Ora, por onde começar? Foram 15 anos de uma série boa, que foi subindo a sua qualidade até meio e, depois, como muitas vezes acontece, decresceu um pouco. Tivemos episódios muito bons e também tivemos plots repetitivos. Para mim, a série atingiu o auge no momento em que eles enfrentam Lucifer (uma personagem espetacular),

Desde então, a série tem altos e baixos.


Começando do início, temos uma boa história com personagens ainda melhores. Dois irmão, Dean e Sam, que mostram o que é união de família. Após a morte da mãe, acabam por se tornar caçadores de seres sobrenaturais, o negócio da família. A série é marcada por luto e perdas, já que o pai deles, John Winchester, morre ainda cedo na série. Seguem com Bobby, amigo da família e a nova figura paternal, mas que também acaba por falecer. Já sabemos, esta é uma profissão repleta de perigo e, mais tarde ou mais cedo, os caçadores acabam por sucumbir na luta. Menos estes dois irmãos, que enfrentam a morte vezes sem conta e acabam por escapar. A sério, quantos apocalipses já evitaram e quantas vezes morreram, acabando por encontrar uma forma de regressar?



Falando na adição de personagens, esta sempre foi feita com mestria. Tivemos muitas personagens novas, algo que é fácil ao longo de quinze temporadas. No entanto, a maioria delas ganhou o carinho do público de forma inesperada. Até os vilões!

Comecemos com Castle, um anjo que aparece do nada, mas acaba por ganhar um papel tão importante que se torna um elemento da família, o terceiro irmão. Depois temos vilões que ficam, como Lucifer, numa interpretação fantástica de Mark Pellegrino, perfeito para o papel. Crowley e Rowena, mãe e filho, demónio e bruxa, dois seres egoístas que torciam sempre pelo mal dos Winchester, mas acabavam por se juntar a eles por saberem que seria o lado vencedor. A verdade é que se afeiçoaram aos irmãos e, na minha opinião, acabaram por se tornar das melhores personagens da série.

Tivemos também muitos caçadores amigáveis que se tornaram parte integrante, como parentes afastados (Jody, Jo, Charlie...). Enfim, talvez por isto a série se tenha tornado uma família. Até à introdução de Jack que, pela sua inocência, nos conquistou.


Nesta última temporada, confesso que fiquei desiludida.

Tal como já mencionei, a série teve os seus altos e baixos. Inicialmente, mesmo com os dramas da família, os casos sobrenaturais resumiam-se a criatura místicas e lendas, muitas vezes uma por episódio. Foi assim que começamos a lutar contra vampiros, demónios, fantasmas, lobisomens, bruxos, fadas, etc. A mitologia foi evoluindo e foram-nos apresentados seres mais elevados na cadeia mitológica: profetas, anjos, arcanjos, Lucifer, Deus, Escuridão (Amara). Isto resultou numa batalha maior do que estes casos que iam acontecendo, também para dar um ar fresco à série e permitir que a história evoluísse, com interesse e sem repetições. Tivemos um apocalipse contra Lucifer, que eu já referi como ponto alto. Desde então, os irmãos parecem empenhados em evitar o fim do mundo, pelas mais variadas razões.





No entanto, talvez por saber que era a última, esta temporada soube-me a pouco e ficou bem aquém das expectativas. A primeira metade da temporada foi lenta e sem emoção, como se estivesse apenas a ocupar o tempo da série até ao verdadeiro final.


A partir daqui esperem SPOILERS! Não digam que não avisei eheh...


A última temporada anda à volta de Deus, também conhecido como Chuck, e no facto de ele ter tido uma espécie de surto psicótico em que se tenta vingar dos irmãos Winchester e do mundo em si, ameaçando acabar com toda a vida, para começar do zero. Só porque sim. Dean e Sam ficam à procura de uma forma de o combater, já que ele é só o meus poderoso de todos os seres. Nisto, Rowena acaba por se sacrificar em prol desta causa, um dos momentos mais emocionantes da temporada.


Sinto que falhou com os fãs pelo facto de não termos o protagonismo de tantas personagens que enriqueceram a história. Castiel não teve o tempo da antena merecido e desaparecia imensas vezes, acabando por se desligar um pouco dos irmãos. Teve um final emocionante, numa despedida que acaba por ser um ato de amor a Dean. Mesmo assim, não foi justo nem suficiente.

Senti falta, por exemplo, de Crowley, que teve um impacto enorme na série, a meu ver, e depois da sua saída foi completamente ignorado, não tendo espaço sequer para um olá no final da série. Mary também voltou a morrer e foi como que esquecida na história.





Apesar de tudo, acabo por gostar mais do final de episódio do que final de série. Tivemos uma emancipação, digamos assim, de Jack e acabou por ser um momento forte. Gostei do seu fim. Adorei o momento heroico de Sam e Dean, que lutaram mesmo até ao final, quando já não tinham forças, apoiados um no outro. Foi muito fácil acabar com Deus sim, dadas as circunstâncias e todos os sacrifícios prévios e desnecessários. No entanto, foi bonito.


Pior é a sensação que me deixa o episódio seguinte, o final de todos os finais.

Agora que a luta das lutas acabou. foi hora de se fazer um resumo daquele que seria os destino das personagens, que deixara de ser escrito por Deus. Se não viram o episódio, por favor, não leiam o restante deste texto.

Esse destino, para Dean, foi impiedoso e curto. Depois de enfrentarem milhares de criaturas, terminando tanto com Lucifer como com Deus, a última caçada foi a a um ninho. Numa luta, Dean acaba por ir contra uma coluna com um prego grande que ditou a sua morte. Sim, leram bem, viram bem. Depois de todas as vezes que escapou à morte, tornando-se praticamente um ser imortal, acaba por morrer um tropeção, de uma forma rápida e ingrata. Sim, tivemos um momento com Sam daqueles de chorar baba e ranho. Eu, pelo menos, chorei. Apesar de compreender que este seria o final adequado para uma personagem que sempre se viu a morrer nesta luta, foi cedo demais e simples demais.

Apesar de toda a dor e de uma despedida que tinha tanto de ficção como de real, com os atores a dizer adeus a uma que já á a segunda pele, soube a pouco.


O pior de tudo nem foi esta morte, que eu esperava ver concertada até ao fim do episódio. Foi tudo o que a envolveu e a falta de acontecimentos felizes no "depois". Dean foi para o paraíso, um lugar que é mais encantador graças a Jack/Deus, e onde Bobby o esperava. No entanto, Sam ficou e pareceu-nos sozinho. Enterrou Dean sozinho e isso foi, para mim, o maior desgosto da série. Como assim, estes dois irmãos salvam o mundo, tocam o coração de todos os outros caçadores e até de vilões, mas ninguém está lá para apoiar Sam nesta perda? Para dizer adeus a Dean?


Vemos o seu processo de luto que, resumido em minutos de um episódio, parece simples e rápido demais. Ele conformou-se mesmo que este seria o fim? Acaba por se reerguer e, não sendo visível como, constitui uma família, dando ao filho o nome do irmão. Único filho, parece, pois é ele que está a seu lado na morte de Sam, já idoso. Temos a perceção que a caça continua a ser o negócio da família, já que o filho de Sam tem a mesma tatuagem dos Wichester. Naquele que foi um piscar de olhos para Dean em espírito, mas umas décadas para Sam, a morte deste resulta num reencontro no paraíso. Lá poderiam reunir-se com os pais, apesar de, mais uma vez, eles não aparecerem no episódio final, nem para um simples abraço. Custava assim tanto fazer esta surpresa aos fãs e aos meninos?

Enfim, Cass também parecia que passava por lá, mas não o vimos. Sim, não vimos um dos elementos mais importantes da série neste episódio. Assim como não vimos Jack, que prometeu ser omnipresente e omnipotente, mas não esteve lá nem apareceu no momento em que Dean morreu e em que Sam precisava de recuperar a fé. Pelo menos não fisicamente. Não poderia ele ter evitado esta morte?


Talvez não tenha gostado por imaginar um final bonito e feliz. Não me condenem.

Este até poderia ser um daqueles finais realistas e mais impactantes. No entanto, quantas vezes já vimos isto? Vá lá, eles já morreram imensas vezes. Já choramos a sua morte. Esta foi apenas a última vez. E soube a pouco para Dean, que estava tão entusiasmado com a sua liberdade, agora que Chuck não escrevia o seu destino.

Depois de tantas batalhas, como poderia a última ser tão simples?

Recuo para velhos tempos, em que os dois irmãos, separados, tentaram ser felizes longe deste negócio, e conseguiram. Tinham ambos as suas relações e Dean tinha praticamente um filho, Ben, que muitos fãs teorizavam ser mesmo seu filho biológico.

Acho que sempre os vi a regressar, especialmente Dean, imaginei-o a recuperar Ben, apesar de nem ele nem a mãe se recordarem desses momentos. Foi trágico que isso não tivesse acontecido. Que Ben não viesse a chorar a morte do pai que acabou por perder duas vezes, uma sem saber.





Enfim, talvez me reste ainda um ténue esperança de um resgate da série, apesar de compreender a necessidade dos autores de uma pausa destas personagens.

Não posso deixar de agradecer pelos bons momentos, pela companhia em mais de metade da minha vida. Pelos episódios preferidos (Fan Fiction, Scoobynatural, Swan Song, The Frech Mistake, Changing Channels...), pelos momentos de riso e de choro. Até pelas pessoas que conheci devido à série, pelas páginas que já geri, por poder partilhar com outras pessoas os momentos que gostei. Pelo coração dos atores que souberam formar uma família e decicar a sua fama a causas como o combate à depressão e doenças mentais.

Vocês gostariam que isso acontecesse? Gostaram do final?




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