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O Zahir | Uma reflexão sobre o amor

Foto do escritor: Orquídea PolóniaOrquídea Polónia

Mais tempo em casa significa mais disponibilidade para ler. Para variar um pouco dos thrillers decidi algo diferente, optando por Paulo Coelho. É um autor que eu já li e gostei, surgindo-me agora a oportunidade de ler "O Zahir". Vamos lá falar sobre esta obra!





"O Zahir" retrata o desaparecimento de Esther e a busca do seu marido, um famoso e rico escritor, que não consegue ultrapassar este abandono. Sendo ela jornalista de guerra, existia o perigo de algo lhe ter acontecido, hipótese que apenas o narrador (marido) acreditou. Mas sabia que era uma probabilidade pequena, já que levava o passaporte. A outra hipótese seria que ela tivesse ido embora com o amante, abandonando-o. Assim, torna-se no seu zahir, algo que ele não consegue esquecer, está desesperado para o que se passou com Esther. Ele começa por se sentir triste e preocupado, depois frustrado e, por fim, chateado. Quando pensa que já seguiu em frente, a sua obsessão é saber o que aconteceu e porquê. Quando finalmente tem essa chance, entra numa jornada interior e pessoal que o faz rever a sua relação e a sua perspetiva sobre o amor.


Bem, para ser sincera, este não foi dos meus livros preferidos de Paulo Coelho. Aliás, daqueles que li, arrisco-me a dizer que foi o que menos gostei. Talvez pelo enredo mais fraco e personagens menos apelativas. A história é-nos narrada sob o ponto de vista do escritor e marido, mas não foi para mim fácil de sentir empatia com ele. Parece que estamos perante uma personagem que não sabe bem o que quer. Além de que a trama em si impressiona-me negativamente: Uma esposa que abandona o marido e parte sem nada para um lugar completamente novo, só para mudar o seu casamento e fazer com que o marido a siga; só para encontrar a felicidade.

O final mostra de forma apenas implícita o que irá acontecer, mas não foi tão satisfatório como queria. Não sei sequer que final queria, mas pareceu-me demasiado complexo e simples ao mesmo tempo. Seria injusto seguirem caminhos distintos, mas será que anos separados e uma reflexão espiritual é suficiente para salvar uma relação?


Costumo sentir nos livros de Paulo Coelho uma reflexão ainda maior sobre a sociedade, apesar de esta se encontrar presente aqui. No entanto, há algum misticismo e carga na espiritualidade que esteve um pouco mais fraca. Foi possível verificar diferenças de várias culturas, mas não de forma suficiente. No entanto, gostei da discussão que o livro provoca sobre sermos sou não felizes, sobre nos acomodarmos na nossa infelicidade, assim como sobre o amor.


O livro lê-se muito bem, não é extenso, e a escrita é muito fluída, simples de se ler. Para quem tem algum tempo, vai ler rapidamente.

Entre histórias de desamores, encontros com sem-abrigos que são apenas pessoas à margem da sociedade que é tida como "normal" ou "comum", cultura do Cazaquistão e outras coisas mais, há neste livro um mundo diferente para descobrir. Por isso, mesmo não tendo sido das minhas leituras preferidas, aconselho-o!


E vocês, são fãs do autor? Gostaram deste livro?

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