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Normal People | A simplicidade do romance

Foto do escritor: Orquídea PolóniaOrquídea Polónia

Gosto muito de séries bem escritas, com bons guiões e diálogos que me deixem marcas.

Ao ver algumas imagens de Normal People, pensei que talvez fosse esse o caso. Assim, agarrei na HBO e vi esta série que só tem tem uma temporada e várias nomeações.



Normal People conta a história de Marianne e Connell, dois adolescentes que se apaixonam, mas pertencem a mundos diferentes. Marianne é uma rapariga rebelde, sem medo de dizer o que pensa, com problemas familiares, mas um bom suporte financeiro e que dificilmente faz amigos, sofrendo mesmo de bullying. Connell é um rapaz calmo e reservado, com um estilo de vida mais simples, mas próximo à sua mãe e com um circulo de amigos sólido.

Apesar de tantas diferenças, apaixonam-se e ambos percebem que se sentem desajustados e encontram um no outro um diferente nível de compreensão e intimidade. No entanto, com tanto que os separa, decidem manter a relação indefinida em segredo. Terão futuro?


A série é muito simples, tendo a evolução de ambos, separados ou em casal, como premissa. São inseridas poucas personagens, mas são estas duas que ganham grande destaque. Confesso que a série não teve muito impacto para mim inicialmente. achei as personagens muito imaturas e o ambiente escolar não me estava a cativar. No entanto, gostei da interação dos atores e vi até ao fim.


A série melhora, na minha opinião. já que depressa desenvolve e passa a acompanhar o crescimento de ambos, quando acedem à Faculdade. Tanto Marianne como Connell mudam muito, tornando-se adultos e passando a conviver com outras pessoas. Sem querer revelar muito, vemos outras facetas, de cada um e da relação de ambos.



Apesar de o plot em si ser simples, as personagens são bem construídas e existe muita intensidade na interação e na série toda. Os diálogos são, de facto, um dos pontos fortes da série. Criaram muito com pouco.

Uma série que começa por ser simplista e cheia de clichés, depressa mostra que caminha para o lado oposto. Ganha profundidade, conforme mostra a vulnerabilidade existente em cada um. Acabamos por nos identificar a algum nível.


A partir daí, entra a humanidade presente na série. Ambos cometem muitos erros, como todos nós, que para eles são inevitáveis, mas para nós parecem mesquinhos e só queremos que tudo se resolva. No entanto, ao contrário do que normalmente acontece na televisão, e como se verifica na realidade, nem sempre tudo corre bem.


Temos temas presentes como saúde psicológica, o luto, depressão, bullying, a violência no seio familiar, a sexualidade, etc. Tudo isto de forma nua (literalmente, na verdade) e crua. Toda a série tem um tom de intimidade que vai além da relação dos personagens e cria esse ambiente íntimo com quem visualiza. A beleza está nos pormenores, na simplicidade que mencionei, nas pausas e nos silêncios, nos diálogos mas também na linguagem verbal. Na dor que vem de muitas formas.


Não, não é aquela série que me vai marcar para sempre. Simplesmente porque não é o meu género favorito. Mas não deixou de me entusiasmar. De me cativar.

São 12 episódios que se vê rapidamente. Sem material para preencher e prolongar.

Por aqui, justifica-se as nomeações inclusive a Globos de Ouro.

Já tenho ali o livro à espera de ser lido...

E vocês? Já viram a série?




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