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La Casa de Papel | Maratona de quarentena com um sucesso televisivo

Foto do escritor: Orquídea PolóniaOrquídea Polónia

Quarenta e tempo livro combina com atualização dos passatempos. Em tempos distintos, era difícil acompanhar as séries todas e, confesso, até acabava por adormecer. Confinada em casa, depressa pus quase tudo em dia. Depois, fiquei recetiva a sugestões. "Vê La Casa de Papel", dizia-me muita gente, incluindo as redes sociais. Em cerca de duas semanas vi as quatro temporadas. Vamos falar sobre isso?

Adianto que vou tentar não expor muitos spoliers, mesmo falando sobre a série, a trama e as personagens. Contudo, se não viram e não querem saber nada de nada, cuidado ao ler o texto!







Estava entusiasmada e com as expetativas elevadas, pois tenho um histórico com séries espanholas recheado de bons momentos. A Antena 3 produziu séries espanholas que me apaixonaram e recomendo, como O Colégio da Lagoa Negra ou o Barco.

No caso de La Casa de Papel, a série foi produzida por esta, sendo que depois a Netflix se encarregou de a resgatar e dar-lhe um novo rumo, transformando-a num sucesso do seu catálogo internacional.


A série retrata um grupo de criminosos que se junta, sob o comando do Professor, para assaltar nada mais nada menos que a Casa da Moeda de Espanha. Como não se devem envolver e criar laços, de forma a reforçar o seu anonimato, cada um dos seus alunos adota o nome de uma cidade. Conhecemos, assim, personagens como Nairobi, Rio, Denver, Tokyo, Berlim, etc. O assalto foi planeado ao pormenor e parece não existir nada que o Professor não tenha previsto... ou quase nada. As variáveis são imensas e nem tudo pode correr bem!





Primeiro fiquei um pouco reticente, pois não compreendia como nos poderia conquistar um grupo de jovens criminosos. Haveria algo num assalto que nos criasse empatia? Depois comecei a ver e a compreender que a mensagem era um pouco mais profunda. Há humanidade em cada uma daquelas pessoas com nome de cidade.

O Professor, uma das personagens mais inteligentes jamais criada, tem dois objetivos com este assalto. Primeiro, homenagear o falecido pai, que teve a ideia. Segundo, tomar este ato como um ato de resistência, pois sendo um assalto não deixa de estar cheio de ideais. Não iam magoar ninguém, não iriam roubar algo a alguém, pois iriam produzir o dinheiro a ser levado. Era uma resistência ao sistema: político, económico, de uma sociedade capitalista.

Afinal, o dinheiro é o centro do mundo, mas não passa de "papel imprimido".


Depois, as relações humanas tornam estas personagens reais e irresistíveis. Podiam ser nós, num exagero. Cada um deles perdeu algo ou alguém. Cada um tem feridas que tenta vingar naquele assalto. Cada um é movido por algo mais forte que o dinheiro.

Já para não falar de temáticas sociais que vão além da política: as desigualdades económicas e de oportunidades, a homossexualidade, as questões de género, etc.


Além disso, o grupo acaba por ser mais justo e leal que o próprio sistema de justiça. A polícia mentia constantemente, matou mais do que os próprios assaltantes com os seus erros. A polícia jogava com cartas sujas e eles ripostavam com a verdade, revelando quase uma imagem simbólica de um cravo na mão. Daí uma das músicas que fez sucesso na série (cuja banda sonora é bem bom), Bella Ciao: "E quest'è il fiore del partigiano Morto per la libertà".





Já deu para perceber que adorei, certo? Bons momentos de drama e de surpresa com reviravoltas a mil. Duas primeiras temporadas limpas, cheias de emoção. Cheguei ao fim da segunda e fiquei reticente: valeria a pena continuar? Tivemos um bom fim, um ponto final parágrafo na história. O que poderia vir a seguir?

Bem, depois do assalto há uma fuga, um paraíso que não pode ser eterno. Sem querer adiantar pormenores, um dos membros do grupo é comprometido e não existe outro remédio senão voltar a reunir o bando para o salvar. Como? Através de um antigo plano de Berlim: um assalto ao Banco de Espanha. Ainda mais arriscado, tudo pode correr mal.


Tenho a sensação de que aqui há mais episódios calmos, para "encher chouriços". No entanto, não deixam de ser outras duas temporadas cheias de qualidade e que nos agarram ao ecrã. Em momento nenhum me senti enfadada com a série. Ao longo de quatro temporadas, essa qualidade é fantástica.





Quero mais. Esta é a parte em que sofro. Confesso que não gosto nada desta particularidade da Netflix. Colocar os episódios todos de uma vez e deixar-nos um ano ou dois sem nada. Se já me esqueço dos episódios anteriores num hiatus de uns meses, que fará de anos. Ainda por cima, a situação da pandemia veio piorar a situação, já que as gravações foram adiadas. Vamos pensar nas boas notícias: a quinta e a sexta temporada foram confirmadas!


Depois da série, resta-me ver o documentário sobre as filmagens, algo que também me deixa curiosa. Um elenco jovem será certamente divertido.

Uma das séries do meu Top! Concordam?

23 visualizações1 comentário

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1 Comment


Alexandra Guimarães
May 05, 2020

Como não tenho Netflix, tenho perdido muitas séries de que tenho ouvido falar e cujas opiniões são positivas.

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