Há uns anos, havia uma rotina que não podia faltar nos meus dias, que era sentar-me colada à SIC Radical, a ver "El Internado: O colégio da Lagoa Negra". Era uma série da Antena 3 espanhola, o que por si só, para mim, é indicador de qualidade. Outros exemplos são "El Barco" ou mesmo "A Casa de Papel", depois resgatada pela Netflix.
O Colégio da Lagoa Negra, como já aqui falei, foi das séries que mais me marcou, tendo mesmo, confesso, sido uma das grandes inspirações para um dos meus livros. Trata-se de um colégio de elite em que um grupo de alunos descobre que a instituição esconde muitos mistérios e perigos.
Agora, muitos anos depois, vejo que é lançada a série "El Internado: Las Cumbras" na Amazon Prime Video. Logo fiquei entusiasmada, percebendo as semelhanças entre ambas apenas pelo nome e cartaz. Pesquisando, percebi tratar-se de um reboot da série original. Não uma cópia, não a mesma história nem as mesmas personagens, mas algo muito parecido e com o mesmo conceito. Um colégio interno com alunos adolescentes considerados problemáticos, num regime praticamente militar, também no meio de uma floresta que esconde muitos segredos.
O grande problema desta série, para mim, é só ter oito episódios. Agora está um bocado na moda e tem funcionado muito bem com a Netflix, mas não nesta. A história tem demasiadas personagens e o seu plot é muito complexo, pelo que oito episódios é justamente quando começamos a sentir-nos por dentro da série. Começamos a gostar das personagens e a perceber o que se passa e depois... até à próxima temporada!
Não é uma má série, pelo contrário! Simplesmente queria ter visto já um pouco mais. Não tem o mesmo impacto que a série original, mas ainda é muito recente para falar. O Colégio da Lagoa Negra já tem muitos episódios e Las Cumbres poderá vir a desenvolver-se para uma série rica e bem explorada, com muito para dar, caso consiga manter-nos presos.
Confesso que já me cansei do ambiente colegial em séries, das problemáticas adolescentes. No entanto, para o final da temporada isso já não me incomoda e acabo por gostar das personagens.
Há uma componente forte de mistério, muito bem construída, o ponto forte da série. Pessoas que desaparecem, outras que morrem em rituais estranhos. O Ninho de Corvos que eu gostava que tivessem explicado já mais um pouco (mas que eu adorei porque parece uma referência ao meu livro, Os Corvos - No trilho da vingança, eheheh).
A simbologia é muito forte e nunca sabemos quais são as personagens do lado do bem e do lado do mal. É isso que nos mantém atentos do primeiro ao último episódio, combinado ao facto de os episódios não serem nada arrastados nem aborrecidos.
No meio de tudo isto, ainda temos as peripécias amorosas de alunos e professores, assim como os dramas de amizade.
Outra grande diferença com a série original é a aposta nos elementos de terror sobrenaturais. Confesso que não esperava e, por vezes, parece-me demasiado e não necessário. No entanto, acredito que uma pessoa se vá habituando.
Em suma, não foi propriamente uma desilusão, mas também não cumpre com a expectativa já criada pela série original e antecessora. No entanto, é uma série com imenso potencial que se poderá tornar das minhas favoritas com o decorrer das temporadas! Vejam o trailer:
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