O ano começou com o final de uma série nova, cheia de suspense e repleta de qualidade. Servant, é a série de que falo. Uma aposta no terror psicológico.
Servant conta a história de uma família que, para ajudar com o novo bebé, Jericho, decide contratar uma ama. Leanne, a ama, é uma rapariga nova que depressa se adapta à casa e ao bebé. Tudo estaria bem se não descobríssemos que afinal, Jericho, é na verdade... um boneco! Sim, o verdadeiro Jericho - explica Sean, o pai, logo no início - faleceu às seis semanas. Daí que para Dorothy, a mãe, sair do estado depressivo catatónico, arranjaram um boneco Reborn para o substituir. O problema? Ela acredita que aquele é o seu filho. E agora Leanne também.
Como se esta situação não fosse estranha o suficiente, o boneco ganha vida, tornando-se no Jericho. Depressa desconfiamos de Leanne. Será boa? Será má? Ao mesmo tempo que vamos sabendo mais sobre a história dela, de Jericho e da sua morte, assim como da família.
Esta temporada foi espetacular. Não existiram momentos parados nem episódios aborrecidos. Para tal ajudou o facto de toda a série ser muito concentrada: foram poucos episódios, todos à volta da casa e daquele núcleo familiar. Todo o ambiente é condensado, sendo que o facto de tudo acontecer naquela casa contribui para aumentar o suspense e a curiosidade. Todos os elementos se enquadram perfeitamente e há uma sensação de claustrofobia que vai desde o início ao fim do episódio.
Na verdade. existe uma expetativa que não nos abandona nem por um minuto ao longo da série. Aquele arrepio na pele. Não é uma série assustadora de puro terror. É mais uma série de, lá está, terror psicológico, pois não sabemos o que vai acontecer e todas as possibilidades estão em aberto. No entanto, estamos sempre à espera que algo aconteça. E acontecem constantemente coisas estranhas. Tudo nos leva a pensar, a criar teorias, a tentar compreender o mistério.
Há um tom de sobrenatural, algo inexplicável. Mas também há explicações realísticas e metáforas escondidas que nos alertam para problemas sociais atuais. Há, em Servant, chamadas de atenções para problemáticas como a depressão pós-parto, de forma humana e bem construída.
Acrescento a qualidade das interpretações, sobretudo de Lauren Ambrose (Dorothy) e Nell Tiger Free (Leanne). Para quem é fã de Harry Potter, informo da participação de Ruper Grint, como tio Julian, irmão de Dorothy.
O único senão é a falta de respostas até ao fim da temporada. Os criadores optam por nos deixar a pensar e criar a nossa própria versão e teoria, adotando a realidade como algo subjetivo que advém da própria mente dos fãs e da nossa própria interpretação dos acontecimentos. Para quem vê à espera e à procura de respostas, acaba por ser um pouco frustrante não obter as mesmas!
Espero ansiosamente pela segunda temporada! E vocês?