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Matéria Escura | Um thriller de ficção científica inspirador

Orquídea Polónia

Quem seríamos nós e como seria a nossa vida se tivéssemos feito outras escolhas?

Com muita ficção científica à mistura, muita química e muita física, é esta a questão que o autor Blake Crouch nos coloca em "Matéria Escura".

Rendi-me ao livro por razões que me surpreenderam e vou dizer-vos a minha opinião!



Jason é um cientista com muito sucesso pela frente quando descobre que a mulher está grávida e inicia um período difícil no qual tem que se dedicar à família. Decide, assim, focar-se na esposa e filho, deixando os projetos que tinha para passar a ser um professor de física. Até que chega uma noite em que é raptado a caminho de casa, acordando numa outra vida, outro mundo, onde a sua vida é diferente: é um cientista reconhecido e com prémios, mas não tem a sua família. Depois de ouvir a questão "Estás satisfeito com a tua vida?", ele decide que tinha tudo o queria e luta para voltar à sua vida, ao seu eu. No entanto, descobre coisas inimagináveis e encontra muitos obstáculos.

O que mais me surpreendeu neste livro foi como, sendo fantasia, conseguiu realçar o mistério e justificar-se com a ficção científica. Não quero alongar-me pois, ao explicar de que forma a narrativa é justificada, corro o risco de divulgar grande parte da história. No entanto, adianto que este é um thriller que nos dá respostas ao longo do livro e essas respostas são ousadas mas consistentes. Afinal, vejamos: Jason vai parar a um mundo que não é o dele, a sua família já não é sua, a sua carreira é diferente. Como explicamos isso cientificamente? Parece impossível fazê-lo com pés e cabeça, mas Blake Crouch fá-lo com mestria, tornando a justificação plausível e realística. Ou seja, tanto na área do thriller como na de ficção científica está no ponto!

Ora, tendo um vasto reportório concetual científico, existiram uma ou duas vezes em que me perdi um pouco com as explicações físicas. No entanto, a explicação estava bem feita e lá me fui situando, conseguindo compreender toda a trama.

As personagens, por sua vez, estavam muito bem escritas, sendo outro ponto forte da escrita fluída do autor. Criando-se empatia, ansiava pelo desfecho feliz de Jason e da sua família, ao mesmo tempo que me interessava a construção de um novo ponto de vista, um novo eu, que se ia construindo na cápsula.


Um dos principais motivos pelos quais adorei o livro consiste na reflexão que o mesmo gera. Será que somos felizes com a nossa vida? Faríamos escolhas diferentes se fosse possível? E nesse caso, seríamos pessoas diferentes?

Pois é, segundo a teoria de "Matéria Escura", cada vez que tomamos uma decisão (a mais pequena que seja), escolhemos um caminho entre infinitas opções, o que acaba por moldar quem somos e a nossa vida. Isso faz refletir sobre as nossas próprias escolhas e sua influência, pelo que vou levar este livro comigo, como uma lição.


O final deixa muito em aberto, de uma forma agridoce. Gostaria de ter um desfecho mais sólido, talvez num outro livro, quem sabe...


Termino esta opinião com uma notícia em forma de esperança: parece que este livro terá uma versão em filme pois, ainda antes da publicação, a Sony comprou os direitos do filme para o efeito. Se isso acontecer mesmo, estarei lá no cinema!

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