O ano de 2020 surpreendeu-nos a todos pela negativa, mas a verdade é que também nos trouxe boas surpresas. Depois de uma adolescência a deliciar-me com a saga "Crepúsculo", tanto nos livros como nos filmes, submersa pelo mundo de Bella e Edward. foi com grande curiosidade que recebi a notícia da publicação este ano do "Sol da meia-noite".
Já sabia da existência do livro, mas fiquei surpreendida ao saber que ele seria publicado após tanto tempo. É claro, uma década depois perguntei-me se ainda faria sentir ler este livro. Só haveria uma forme de descobrir: lendo-o. E li, com o apoio da Edições Asa, que me disponibilizou o livro para esta opinião, deixando aqui um agradecimento enorme!
Vamos lá falar sobre isto!
Antes de discutirmos o livro, deixo-vos aqui a sinopse:
"Bella merecia mais do que um assassino. Eu tinha passado mais de sete décadas a tentar ser algo - qualquer coisa - para além de um assassino. Estes anos de esforço nunca me tornariam digno da rapariga sentada ao meu lado."
O tempestuoso encontro entre Edward Cullen e Bella Swan deu origem a uma das mais icónicas histórias de amor de sempre.
Mas até agora, apenas a voz de Bella se fizera ouvir. Os pensamentos mais íntimos de Edward permaneceram um enigma tão fascinante quanto o seu olhar.
Sol da Meia-Noite desvenda por fim esse mistério. Agora é Edward quem se nos revela. E à medida que conhecemos o seu passado e a complexidade da sua mente, a assombrosa ligação entre os amantes transforma-se em algo totalmente novo e bastante mais sombrio. Como poderá Edward ceder ao desejo se isso significar o fim da vida de Bella? Esta é a luta que definirá a sua vida… e a sua eternidade.
O tão aguardado regresso ao universo que encantou milhões de leitores. Um romance épico sobre a beleza prodigiosa e as consequências devastadoras de um amor maior do que a vida."
Em termos de trama, não há muito que eu vos possa acrescentar, se leram o primeiro livro ou mesmo se viram o filme, "Crepúsculo/ Twillight". Para quem não viu, Bella é uma adolescente humana que muda de cidade e conhece Edward, um vampiro por quem se apaixona de forma intensa e que acaba por a colocar em perigo. Muito resumidamente sim, é isso. No entanto, há muitos anos essa história foi contada pela perspetiva de Bella, e agora é-nos mostrada a perspetiva de Edward, o vampiro com mais de 100 anos.
Talvez esse tenha sido um ponto mais desapontante, o facto de não ter existido muitas surpresas, como se não houvesse muito a acrescentar de uma versão para a outra.
No entanto, não deixou de ser uma leitura interessante e proveitosa, prazerosa.
Por um lado, Bella tinha uma paixão tão intensa que deixava de ser surrealista. Por outro, Edward tinha um amor puro e desinteressado, tornando-se num mártire. Por muito que gostasse da rapariga, sabia que isso a colocava em risco e nunca o seu amor (que ele muitas vezes recusa a ver como o amor de ambos) seria justificação para tal. Por muito interessante que esta dinâmica do "não podemos esta juntos, mas separados muito menos", ao fim de algum tempo começa a cansar.
Sabendo o que sei por ter lido os outros, tendo a continuação da história, acho que isto melhoraria também na perspetiva do Edward e gostava de o confirmar, lendo mais livros (a continuação da saga) por este prisma.
É um livro com muitas páginas, pelo que no início pensa-se logo que vai ser uma leitura extensa e pesada. Não é. A escrita é simples, tendo em conta o público-alvo, e é muito fácil nós entrarmos na história, ficarmos fãs dos personagens e não querermos largar mais o livro. Havia alturas que não conseguia mesmo parar, queria saber o próximo passo desta história de amor.
Também acho que o livro nos poderia oferecer outras perspetivas. Não ficamos a saber muito mais sobre Edward e a sua família. Há personagens, como Alice, que eu adoro, que poderiam ter sido melhor exploradas neste olha de Edward. Apesar de isso acontecer de forma leve, não é muito revelador. Queria mais...!
Dito isto, não deixou de ser uma boa leitura, tanto que até gostava de ver a restante saga nesta vertente. Achei uma boa escolha de capa, muito em linha com os livros anteriores.
Foi uma leitura muito nostálgica, em que tanto recordava tudo o que li e vi há muitos anos, como sentia que tudo estava diferente. Tão curioso ver como tudo mudou entretanto, até mesmo com a dinâmica de Kristen e Robert, que davam vida aos personagens principais.
Além disso, a saga surgiu numa altura em que os vampiros estavam na moda e deram lugar a muitas histórias de ficção. Atualmente, era provável que não tivesse o mesmo impacto. Ou seja, eu mesma não leria a saga da mesma forma se a fosse ler pela primeira vez hoje, não teria o mesmo efeito. No entanto, uma vez que li naquela altura e que foi para mim tão marcante, ler agora "Sol da meia-noite" fez todo o sentido!
Posso dizer que gostei pelo carinho com toda a história. E vocês?
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