Desta vez, o livro sobre o qual vou falar dispensa apresentações. Toda a gente conhece "Frankenstein", de Mary Shelley.
A sua história criou todo um universo no terror, inspirando filmes e personagens, tornando mítica aquela criatura.
Victor Frankenstein é um cientista jovem e ambicioso. No auge da sua genialidade, tem a sua melhor ideia, mas também a mais aterradora: criar vida. O seu objetivo era o de criar um ser parecido com um humano, reunindo vários órgãos até ter um corpo saudável e vivo. Foi apenas quando teve sucesso na sua experiência que se arrependeu, percebendo que deu vida a um monstro de proporções disformes. Abandonou, assim, a sua criatura. Este foi o início do fim de Frankenstein, que começou a perder tudo o que lhe era mais querido por causa da sua criação que era, ao mesmo tempo, sensível e cruel.
A versão que eu li foi publicada pela Asa, em 2015. Gostei da forma como introduziram a autora e o processo de criação desta obra. Este é um daqueles clássicos do terror que deve mesmo ser lido e é assim que é apresentado.
Confesso que prefiro livros contemporâneos, mas tento ler alguns clássicos importantes. Este era um deles, tão importante é para o género. De vez em quando, é um pouco detalhado demais, torna-se repetitivo. No entanto, sobretudo para a época em que foi escrito, é um livro simples e fácil de ler. Note-se que é algo já muito à frente para aquele século, um livro escrito por uma mulher sobre as consequências das experiências científicas e a criação de vida humana.
"Frankenstein" também é um livro sobre o amor e a perda, o luto e as emoções humanas. Sobretudo, um livro sobre a humanidade. Faz-nos pensar e refletir sobre o que temos, os nossos limites e aquilo que é realmente importante. Além de que a criatura é uma personagem muito complexa, sentimental e inteligente, que acaba por se tornar cruel por causa do seu abandono. Terá redenção? Qual poderia ter sido o seu desfecho se Victor tivesse tomado outra decisão?
É um bom livro para quem tem curiosidade sobre os clássicos do género! Já leram? Gostaram?