Já nem preciso de introduzir as minhas críticas falando sobre o quanto gosto de Stephen King... Apesar de o livro original ter sido publicado em 1986, foi em 2018 que a Bertrand decidiu apostar numa versão portuguesa de "It - A Coisa". Esta versão divide o livro em duas partes devido à sua extensão, ficando com o livro I e livro II.
Graças à Bertrand, que nos disponibilizou um exemplar, vamos dar a opinião do primeiro livro!
Vou começar logo com o tópico quente, aquele que foi mais discutido quando a editora anunciou a publicação deste livro - dividir em duas partes ou não? Digo já que sou completamente a favor. Esta primeira parte teve cerca de 700 páginas e a segunda anda ai perto, sendo que a versão original tem mais de mil páginas. Para pessoas como eu, que andam sempre acompanhadas com o livro, torna-se difícil transportar algo tão pesado. Leio nas filas de espera, nos transportes, em casa de familiares... Transportar "esta coisa" de 700 páginas todos os dias deu-me umas boas dores de coluna! No entanto, pelo menos assim podia lê-lo todos os dias, e não seria possível andar com o livro caso ele tivesse mais de mil páginas. Completamente impossível. Acreditem, o livro é pesado, não o dividindo poderia criar problemas com a capa. O único senão e o preço que é elevado (o habitual nos livros do autor) e que tem que ser multiplicado por dois. É claro, compensa...
Quanto ao livro em si, estava mesmo curiosa por o ler. Penso que foi uma excelente ideia terem publicado após a primeira parte do filme (remake) ter saído, sobre o qual demos a nossa opinião. Alerto já, para quem apenas leu ou apenas viu este filme: não seguem a mesma ordem cronológica. Enquanto a primeira parte do filme segue a cronologia das personagens enquanto crianças e a segunda será focada na vida adulta, o primeiro livro já nos apresenta um pouco dos dois, com as personagens adultas a relembrarem-se do passado, recorrendo a analepses.
O que menos gostei no livro foi verificar-se algo que eu temia pelo número de páginas. Por vezes, Stephen King dá detalhes demais, estendendo partes que se tornam aborrecidas. Penso que a redução de algumas cenas poderia encurtar o livro e tornar a história mais objetiva, facilitando a leitura.
É claro que para esta extensão contribui o largo número de personagens. Estamos a falar de um grupo de sete amigos, uma entidade e três adolescentes malvados, além de familiares. No início tornava-se confuso associar cada uma das personagens a um nome, saber que o Bill era o líder, o Ben o gordinho, etc. Depois, claro, acabou por ser algo nato.
Por falar nas personagens, em oposição ao ponto anterior, estas são deliciosas, o melhor do livro. Cada um dos rapazes (e a rapariga) tem as suas características bem definidas e, apesar de serem muitos, parecem ter um papel justificado no grupo. É impossível não gostar de todos, tanto em crianças como em adultos. Os diálogos também estão muito bem conseguidos. É possível dar algumas gargalhadas com eles!
A Coisa em si está uma personagem arrepiante, relembrando o porquê do autor ser conhecido como o mestre do terror.
Estou ansiosa por ler o próximo livro e ver a segunda parte do filme! E vocês, o que acharam?