Já não é segredo que me tenho deliciado com os thrillers de M. J. Arlidge, sobre quem já falei aqui.
Como não podia deixar de ser, segui as leituras sobre o autor, desta vez com "A Casa de Bonecas".
Neste livro, Helen Grace continua a ser a personagem principal, ainda a lidar com o seu passado. Depois de apanhar dois assassinos em série, a sua carreira está bem lançada e tem que lidar com certas inimizades, como é o caso de Ceri, a sua chefe, que lhe desenvolveu um ódio de estimação.
Esta história também se concentra em Ruby, a vítima do livro, uma jovem problemática que desaparece. Apesar de se manter em contacto com o mundo através do Twitter, depressa se desconfia de rapto. Ao ser encontrado o corpo de uma jovem com o mesmo perfil, os dois casos são interligados e aumenta a desconfiança de um novo assassinato em série. Qual será a fixação do raptor/assassino com estas raparigas? E será que Ruby é salva com vida?
Não vou revelar as respostas para não dar spoilers, mas digo já que estas são as questões que nos prendem até ao fim.
Uma das coisas que me tem deliciado nesta saga é o facto de o autor se focar sempre em personagens femininas. Helen Grace é o melhor exemplo disso, mas temos Ceri e Emilia (a sua chefe e a jornalista) para comprovar tal, duas personagens secundárias que ganham grande relevo. São três mulheres poderosas que retratam a força feminina, cada uma à sua maneira, além de bem complexas. Além disso, gostei muito que elas tenham tido mais "tempo de antena", principalmente no que toca a Emilia e ao seu heroísmo.
Senti uma certa diferença entre estes livros e os outros. Este toca o leitor de uma forma mais emocional, com histórias mais densas e complexas no que concerne ao drama e aos traumas psicológicos, sobretudo aqueles que explicam o crime. Considero que este é um dos pontos fortes do livro, a explicação pode detrás da personagem do homicida.
No entanto, a diferença também se nota nos elementos de horror que nos impressionavam. Apesar de serem chocantes as condições descritas em que as vítimas se encontravam durante o cativeiro, não existiram aquelas referências que nos arrepiam e que existiam nos outros livros. Foi um pouco mais leve nesse sentido, perdendo um pouco uma das características únicas que eu adorava.
Não deixa de ser um bom livro, com M. J. Arlidge a mergulhar nas profundezas humanas do mais extremo que há. Psicologicamente, é arrebatador e viciante, como todos os outros do autor. Não é tão original como os anteriores, na minha opinião, já que o tipo de crime não é nada de novo e a história já é algo a que nos habituamos.
Pontos positivos também para a escrita do autor, sempre fluída, objetiva e direta. É sempre muito corrida e misteriosa, com capítulos curtos e que deixam sempre algo no ar para nos deixar a pensar... Tal como eu gosto!
É claro, já tenho o próximo da saga para ler e em breve venho cá contar...!