O que é melhor de que um thriller acentuado de mistério durante o Verão? Pois, é mesmo isso. Com "Escrito na Água", de Paula Hawkins, as surpresas não podem ser evitadas e nós vamos falar sobre isso!
Já tinha dito aqui muito bem da autora, e fiquei curiosa para saber se o registo se mantinha o mesmo.
Este livro começa com a morte de Nel, uma mulher misteriosa que escrevia sobre o rio da vila. Aquele rio encontrava-se encoberto de misticismo, tendo sido palco da morte de diversas mulheres. Seria algo relacionado com o espiritual, ou simplesmente o local de suicídios de mulheres problemáticas? É ao investigar estas mortes que Nel acaba morta exatamente no mesmo local, deixando sozinha a sua filha adolescente. No entanto, terá sido mesmo suicídio como primeiro parece? Jules, irmã de Nel, deita para trás das costas a distância que as separava, já que nem sequer se falavam, para descobrir o que aconteceu e fechar aquele capítulo. Durante o livro, vão sendo revelados segredos surpreendentes sobre as várias personagens daquela aldeia, num puzzle cuidadosamente elaborado por Paula Hawkins.
A princípio, a trama parece um pouco confusa, com demasiadas personagens a serem introduzidas, seguindo o seu ponto de vista. Era um pouco difícil perceber de quem se estava a falar, qual o papel daquela pessoa. Aos poucos vamo-nos habituando a todos, começando a atentar aos elos de ligação entre as personagens.
Confesso que, se formos comparar com o primeiro, gostei mais de "A Rapariga no Comboio", uma história mais surpreendente e focada, com personagens que me pareceram mais cativantes.
No entanto, "Escrito na Água" consegue a mesma mestria de prender os leitores do início ao fim, à espera de mais uma resposta, mais um passo em direção ao desvendar de um mistério. Sou suspeita, adoro um bom mistério. Confesso que não criei grandes teorias, não me senti assim tão motivada a saber quem matou Nel, não gostei muito da personagem. Fiquei mais intrigada com o mistério de Jules e da sua adolescência, assim como da relação das irmãs.
Apesar de a "resolução do crime" ter sido um pouco morna, adorei aquele plot twist final. A forma como Paula Hawkins guardou o seu trunfo mesmo para o momento final, abalando as nossas convicções, foi fenomenal.
Este é, com toda a certeza, um livro a não perder, para devorar!