À semelhança da última review, este livro serviu para me introduzir à uma autora do género que tanto amo, uma autora que já há muito tinha curiosidade e vontade de ler mas ainda não tinha tido oportunidade. Estou a falar de Mary Higgins Clark, com "O Azul dos Teus Olhos".
O livro começa pelo assassinato de um médico, marido de Laurel, mesmo em frente ao seu filho de três anos, Timmy. A criança apenas se recorda de um pormenor: os olhos azuis do assassino. Fica também a promessa de que ele iria matar Laurel de seguida e, depois, o seu filho.
O tempo passa sem que a promessa se cumpra, mas Laurel nunca esqueceu o sucedido e tem todo o tipo de cuidado para que nada aconteça ao filho, contando com o apoio do seu pai. Mas segue com a sua vida e decide criar um programa de televisão que se dedica a recriar crimes que preencheram as capas dos jornais. Assim, o episódio piloto fala-nos sobre um segundo crime, colocando dois mistérios em paralelo entre si.
Há duas décadas, Betsy Powell foi encontrada asfixiada na sua cama. O homicídio deu-se depois de uma noite de festa que tinha como objetivo homenagear quatro jovens finalistas, nomeadamente a filha de Betsy e a suas três melhores amigas. Na manhã seguinte à festa, Betsy é encontrada morta pelo seu marido, assim como pela empregada e as quatro finalistas. O homicídio nunca fica resolvido, sendo que a vida das quatro jovens altera-se radicalmente pois são as únicas suspeitas. Na verdade, todas elas tinham bons motivos e todas odiavam Betsy de morte, sendo esta uma pessoa desprezível. Mas terá sido alguma delas? Ou até todas em conjunto?
O programa de Laurel coloca tudo numa nova perspetiva e a verdade acaba por ser revelada. Assim como o mistério da morte do seu marido, já que o homem de olhos azuis está muito mais perto do que aquilo que pensam. Estarão ela e o filho a salvo?
Tenho que começar por reconhecer a mestria da autora, que nos consegue prender sempre aos mistérios através da curiosidade que provoca e da sua escrita simples e fluída. No entanto, confesso que no início me senti um bocado perdida, pois com dois plots em paralelo, as personagens são imensas e é preciso uma pessoa situar-se.
No entanto, sempre senti curiosidade de ver onde a história iria parar, pelo que nunca me passou pela cabeça deixar de ler. Além disso, vamos descobrindo mais sobre as finalistas, as suas histórias e relações com Betsy, o que nos faz sentir bastante empatia com as mesmas.
Sempre com novos desenvolvimentos e surpresas constantes, este é o típico livro que conjuga intriga, drama e suspense. Aquele que vai construindo o puzzle e nos faz tentar adivinhar quem é o assassino. De facto, não foi surpreende nesta parte, dando certo com as minhas suspeitas. Nada de queixo caído com o choque, mas não deixou de ser uma revelação agradável.
Por fim, penso que foi um bom início para leitura da autora e fiquei curiosa de ler um pouco mais dos seus livros!