Conheci Veronica Roth através da sua primeira trilogia, Divergente, e posso dizer que gostei bem da história, uns livros mais do que outros. Desta vez a autora está de volta com Gravar as Marcas, um livro que já tive oportunidade de ler e estava bem curiosa para o fazer!
Gravar as Marcas é um livro para o público jovem-adulto, de ficção científica com tudo o que isso tem direito: espaço, naves e planetas fictícios. Conta-nos a história de Cyra que é irmã de Ryzek, líder do povo shotet. Ele é um tirano cruel, treinado pelo seu pai, e ela é uma rapariga que sofre desde criança o facto de ter um dom-corrente (uma espécie de poder) que se torna uma maldição - o dom da dor, que tanto se aplica a quem toque nela como a ela própria.
Também nos conta a história de Akos, um simples rapaz de Thuvhe, a nação inimiga do povo de Cyra. Ele e o irmão são raptados a mando de Ryzek e tornam-se seus reféns durante algum tempo, até que Akos acaba ao lado de Cyra como seu criado. Com a aproximação entre ambos, uma amizade parece crescer, assim como os motivos que levam à sua união inesperada... Afinal, parece que ambos desgostam de Ryzek e a sua sede de poder.
Será possível uma uniã favorável a ambos?
Este pode ser um livro difícil para quem, tal como eu, não está habituado a este tipo literário, nomeadamente ficção científica que em nada se assemelha à realidade. Esse foi o principal motivo para achar o início do livro um pouco aborrecido. A história inicialmente parecia-me complexa, com um mundo novo e muitos termos desconhecidos com os quais não me sentia ainda ambientada. Por um lado, é de louvar a criatividade e a originalidade da autora, capaz de criar um mundo novo e tão diferente da vida real de uma forma completamente credível. De facto, o próprio livro tem no fim um glossário muito útil para nos situarmos relativamente aos termos por ela utilizados. Por outro lado, gostaria de uma introdução ao tema mais suave pois não é difícil uma pessoa sentir-se perdida logo no início da história, com tanta coisa que não conhecemos.
Assim, o início do livro foi agridoce, com um pouco de esforço meu para continuar a leitura. Além disso, penso que a escrita poderia ser mais simples um bocado e mais condensada para facilitar a leitura, com cerca de 450 páginas que considero que poderiam ser reduzidas!
É claro, nem tudo é mau e houve coisas bem interessantes. O que me fez crescer a vontade de continuar a ler foram as personagens. Sinceramente, algumas não me chamaram a atenção, no meio de tanta personagem que acabava por se tornar secundária. Mas Cyra e Akos fizeram com que valesse a pena! São duas personagens que, por muito diferentes que pareçam, se tornam bastante parecidas. Vemos como eles crescem no decorrer da narrativa, tornando-se mais fortes e destemidos. E o curioso é que aprendem e crescem um com o outro, tornando-se melhores pessoas. Sim, um cliché, mas até que funciona bem aqui. E é difícil não gostar deles os dois juntos!
O final era outra coisa que melhorava... Gostaria de algo que se assemelhasse mais a um final e nos desse pistas para o segundo e último livro. Na verdade, Ryzek faz revelações interessantes e surpreendentes, mas queria que isso fosse um pouco mais explorado. Além disso, não houve propriamente um final feliz, nem sequer um final. E é por isso que fiquei curiosa para ler o livro seguinte! E vocês? Até lá, fica o booktrailer: