Estou de volta para mais uma opinião sobre um livro da saga "Os 100", desta vez com o terceiro, "Os 100: O Regresso a Casa",terminando esta ronda, pelo menos para já, pois o quarto livro ("Os 100: Rebelião") já foi editado nos EUA mas não em Portugal.
Confesso que este foi o livro que menos gostei dos três que li. Continuou com a simplicidade característica da escrita de Kass Morgan, apesar de a trama se complexificar um pouco, o que acaba por ser um pouco positivo. Contudo, também senti que não me cativava tanto e que sentia pouca empatia pela maioria das personagens. Queria mais emoção, o que até nos foi dado com uma morte e várias vidas em perigo, mas isso não chegou. E talvez não tenha sido suficiente por ter a consciência de que tudo acabaria bem. Sobre o que nos fala este livro? Para começar, deverão ler as outras duas opiniões que escrevi, aqui no blog, relativamente aos dois livros anteriores. Sobre esta história (SPOILERS): Depois de tudo parecer acabar quase bem, em "Os 100: 21 dias depois", tudo muda quando o vice-Chanceler, Rhodes, toma conta do acampamento e restaura a ordem segundo a doutrina Gaia. Ou seja, regras e mais regras que servem apenas para servir o seu ego e o seu egoísmo. Não é dado nenhum mérito aos 100 que já tanto tinham alcançado na Terra, sobretudo Wells. Os terrestres selvagens continuam a ser uma ameaça, mas Rhodes parece não querer distinguir os terrestres bons, como Sasha, daqueles que os querem ver mortos. O pior de tudo é que Bellamy não teve perdão e tem julgamento marcado, ou seja, uma execução de morte certa. Luke seria o guarda que o iria matar. Quando Glass, recentemente chegada à Terra, sabe desta notícia, apressa-se a avisar o namorado que, claro, recusa matar Bellamy. Um plano é formado: Clarke e Wells ajudaram Bellamy a fugir, indo para junto da população de Sasha; Luke partiu com Glass. Concordando que ambos os planos eram melhores que continuar naquele acampamento militar, não entendo porque Luke e Glass não foram com o trio também. Rhodes queria a morte de Bellamy e de todos os terrestres, mas Sasha foi a primeira a ser morta, deixando um Wells muito triste para trás. Pelo menos durante algumas páginas, pois ele recuperou. E eu também pois, apesar de ter pena de Sasha, já estava à espera que tal acontecesse e não senti choque nenhum. Assim, alguns colonos encontraram os terrestres bons, informando-os que Rhodes e os seus guardas se preparavam para atacar a sua aldeia. O confronto iria mesmo acontecer. Enquanto isto, noutro local, Luke foi atacado por um dos terrestres maléficos, ficando em perigo em de vida. Foi Glass que o salvou, conseguindo fazer um plano de fuga e carregar o seu namorado inconsciente. No confronto com o grupo de terrestres bons, Bellamy, Clarke e Wells são capturados. Mesmo no momento da execução de Bellamy, o outro grupo de terrestres ataca o acampamento, pelo que todos os colonos se unem contra eles. É o conhecimento de Wells que lhes dá a vitória. O mais surpreendente de tudo? Bellamy salva a vida de Rhodes. Glass chega ao acampamento com Luke e ficamos a saber que ele vai ficar bem. Além disso, também os pais de Clarke estão de volta!
Ver Luke às portas da morte e Bellamy no momento da sua execução foram as partes mais emocionantes, mas tive sempre a sensação de que eles iriam escapar e tudo acabaria bem. Gostava de ver explorado o regresso dos pais de Clarke pois tudo começou com a suposta morte deles e parece que nem um diálogo a sério existiu. Rhodes tornou-se um vilão irritante, daqueles que apenas se consegue odiar - o que é exatamente o objetivo. Não sei se o salvaria como Bellamy. Mas mais estranho ainda achei que ele mudasse de ideias no fim, mesmo com a sua vida sendo salva, de tal forma que quer mudar as regras e criar um novo conselho. Nunca confiar nele! Gostava de ter algum elemento que me deixasse chocada, algo que me prendesse realmente, ou uma reviravolta que deixasse mais curiosa para ler o próximo livro. Contudo, não deixa de ser um bom livro para passar umas tardes! Concordam?