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A Bela e o Monstro | Opinião sobre a história tão antiga quanto o tempo

Orquídea Polónia

Beauty and the Beast (A Bela e o Monstro) é um dos filmes mais falados do momento, para o público juvenil e até infantil, mas também para o adulto já que todos temos curiosidade em saber como foi adaptada esta história que nos fazia sonhar enquanto crianças. É um dos meus filmes preferidos da Disney e, embora nem desse o devido valor na altura, a Bela acaba por ser a minha princesa favorita por ser a melhor construída enquanto personagem, sobretudo feminina. O que encontramos, então, no filme live action?

Encontramos uma enorme fidelidade ao filme original. As cenas estão pensadas tal como no filme, desde os diálogos até às personagens. Sente-se aquela magia típica dos filmes da Disney, a mesma que nos colava ao ecrã em crianças. Nada ficou de fora, ao mesmo que tempo que não era demasiado fantasioso, pelo menos na maioria do filme, já que a cena musical em que a Bela vai jantar acaba por se tornar demasiado extensa e surreal, talvez uma cena mais curta ou não tão pormenorizada tivesse ficado melhor. No geral, o filme repete o original com mestria, todos os nossos momentos preferidos estão lá, até nas musicas a fidelidade se manteve. Sobre este aspeto, tenho que dizer que as coreografias estavam fantásticas. É claro que o momento da dança no salão, ao som de “Beauty and the Beast” não passa despercebido a ninguém, merece nota máxima! Mas o momento musical que destaco acontece na música Gaston, pois foi um momento divertido muito bem planeado com a coreografia no topo. É claro, algumas coisas diferenciaram do original sendo adicionadas, de modo positivo na minha opinião, à trama. Entre estas coisas estão o passado do Monstro e da Bela – vimos mais sobre a mãe dela e os pais dele, sabemos de que modo cada um deles foi tocado pela perda dos entes queridos. E também acho que a própria relação entre eles foi melhor explorada, vimos a amizade deles a crescer enquanto partilhavam leituras ou pequenas coisas do mundo. Isto facilitou a empatia com eles como casal, mas tenho a dizer que gostei mais dele como Monstro do que como príncipe. Também o humor é uma forte e boa aposta na versão live action, cheio de momentos divertidos que fazem o espetador descontrair.

Temos, assim, um filme cheio de qualidade a nível de imagem, interpretações, banda sonora, entre outros. Mas é também um filme cheio de mensagens e valores para transmitir. Algumas destas mensagens já vêm do filme original (o que é preocupante pois passado mais de duas décadas faz ainda mais sentido), como é o caso de não devermos ligar tanto às aparências exteriores mas sim ao que está no interior. O feminismo também marca presença, com uma Bela que se demonstra forte, uma rapariga da aldeia que tem sonhos próprios e prefere ficar sozinha a deixar que um homem qualquer a case e a molde – a defina. É uma mulher inteligente (e bela) que prioriza a sua educação, estando sempre agarrada aos livros, mesmo que a olhem de lado por isso. Pois é, que raio de mulher prefere prestar mais atenção a um livro do que às tarefas a sério, aquelas para mulheres, como tratar da limpeza da roupa? Já não estamos em 1991, mas continua a fazer sentido. Estuda mulher, sê bem-sucedida, lê muito e sê culta – mas já limpaste a casa, trataste da roupa? E marido, quando é que arranjas? Por isso Bela era olhada de lado quando passava a ler um livro, quando se sentava a ler no tanque da água, enquanto todas as outras lavavam a roupa. Há uma mensagem de feminismo no filme e ninguém melhor que a Emma Watson para a representar. Está tudo bem em querer mais e sonhar, mulheres! Mesmo que, lá está, continue a ser a bela a apaixonar-se pelo monstro, porque se fosse um rapaz jeitoso a apaixonar-se por uma mulher feia e peluda aposto que o caso não era assim tão romântico e digno de um filme Disney? (Porque não te arranjas e te pões bonita, mulher?) Também temos referências à homossexualidade através do amigo de Gaston, LeFou, embora (na minha opinião) por vezes caísse no exagero. Mas uma salva de palmas a esta personagem e a Josh Gad, o ator que lhe deu vida, pois adorei imenso esta personagem, um bom exemplo de como, por vezes, os personagens secundários ganham grande destaque! Para além desta, outras referências um pouco mais subtis surgem no filme para a comunidade LGBT. A Bela e o Monstro chega, assim, para destruir barreiras e preconceitos, que existiam em 1991 e existem em 2017. É um filme bem pensado e construído, recomendado para qualquer geração. Quem já viu? Queremos saber a vossa opinião!

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