Hoje a minha opinião recai sobre a série The Vampire Diaries (Diário de um Vampiro), o meu guilty pleasure durante vários anos que chegou agora ao fim. Sim, é uma série adolescente e não está perto de ser uma obra de arte, mas eu era isso mesmo – uma adolescente – quando comecei a ver, há seis anos atrás, ia a série na sua segunda temporada. Gostei de tal forma que vi os episódios já lançados num tempo recorde, sobretudo pensando que na época não acompanhava séries quase nenhumas, e esta tornou-se a primeira a acompanhar via internet, a par do lançamento de episódios nos EUA, religiosamente todas as semanas. A história suscitou-me curiosidade: Elena, uma rapariga simples, perdera os pais e sentia-se sozinha. Conheceu Stefan, um rapaz misterioso por quem se apaixonou. E depois Damon, como seu “Hello Brother”, por sinal muito giro e dono de uma ironia e sentido de humor incrível. Foi neste momento em que fiquei rendida, pois achava-o tão espetacular, ria-me sempre que ele falava! E assim cresci, acompanhando estas personagens na sua evolução, assim como outras muito fortes: Katherine, Klaus, Bonnie, Caroline…
Esta série teve aspetos muito fortes desde o início, como as personagens, cada uma com características diferentes mas complexas, de forma a que até os vilões acabavam por conquistar o público, pelo seu coração existente mas escondido ou pelo humor. Aqui tenho a regra dos 3 K’s: Klaus, Katherine, Kai; os meus preferidos. Elena era um bocado pão sem sal, confesso, mas era a cola de ligação entre os personagens. Nas primeiras temporadas, apareciam mil histórias novas, cada uma melhor que a anterior, e era difícil não querer saber mais. Confesso que o que me prendia mais era o casal Delena (Damon e Elena), que se foi formando lentamente, ainda que com expressão logo desde o início. Acho que por isso mesmo: ela conheceu Stefan e apaixonou-se logo, mas com Damon o seu amor foi construído, por muito que inicialmente fosse negando por não ser propriamente de confiança, e deu-nos oportunidade de ver aquilo a acontecer. E claro, sou da opinião que quando o amor surge por detrás das camaras, como aconteceu com Ian e Nina, deixávamos de ver uma atuação para ser algo com mais sentimento, e as pessoas sentiram isso. É claro, isso pode ter o enfeito contrário, pois o que há de negativo pode espalhar-se nos ecrãs, e provavelmente foi isso que aconteceu. Mas os momentos que mais me tocaram foram sobre eles: quando ele demonstra que não é tão egoísta e lhe dá o colar de verbena, ou quando eles se beijaram pela primeira vez naquele motel e quase que podíamos ver fogo de artifício ali!
Com o passar do tempo, a qualidade da série foi enfraquecendo um pouco. AS histórias já não eram tão criativas nem tão entusiasmantes. As personagens também não se elevaram. Na minha opinião, a série atingiu o climax na terceira temporada, quando teve mais emoção, e depois foi piorando gradualmente. A saída de Nina foi, para mim, a gota de água, pois apesar de Elena não ser espetacular (a sério, ela estava sempre tão indecisa e ora gostava do Damon-ora escolhia o Stefan) a sua saída provocou uma mudança demasiado brusca e atordoante. Ela era a principal e, como disse, mantinha as personagens juntas, deixar de a ver no ecrã foi como começar a assistir a um programa diferente. E tenho que sublinhar o bom trabalho de Nina, que demonstrou sempre profissional e conseguiu dar vida a personagens completamente diferentes, de tal forma que às vezes me esqueço que a Elena e a Katherine são interpretadas pela mesma atriz, de tão diferentes que são. No entanto, depois a trama era suposto focar-se nos irmãos Stefan e Damon (Defan) mas sinceramente não senti muito isso, poderiam tê-lo feito de forma melhor, até porque a ideia em si era interessante. Esperava ver algo sobre o passado deles, vilões grandiosos com quem se tivessem cruzado. Mas não foi bem assim, foram temporadas fracas nesse sentido – aquelas sereias tinham o dom de me aborrecer. Caroline foi, para mim, das melhores surpresas já que melhorou a olhos vistos, de uma rapariga superficial e dramática a uma mulher firme e amiga. Bonnie também demonstrou ser mais forte a cada temporada, mas penso que foi um erro tirar-lhe os poderes pois tornavam-na mais interessante. Matt sempre foi aborrecido. Stefan manteve-se consistente, apesar de não ter gostado que repetissem a história nesta última temporada – Stefan como vilão e numa luta interior. Já Damon foi o que me surpreendeu pela negativa, as representações de Ian foram ficando mais fracas, as piadas ganharam um ar forçado, não sei explicar, foi como se o brilho que existia se tivesse perdido.
Relativamente ao último episódio em particular, confesso que tenho emoções mistas. Por um lado, esperava mais. Penso que podiam ter feito um episódio duplo como series finale de modo a ter uma ação decente mas também a explorar mais os diversos acontecimentos. O facto de a Nina apenas estar de volta no último episódio poderá ter contribuído para tal, pois Katherine, uma vilã que esteve de volta, não pareceu tão assustadora como costume, foi logo derrotada, e Elena só teve um reencontro com emoção no que toca a Stefan. Algumas coisas pareceram acontecer tanto a correr que nem deu para saborear. A morte de Stefan, como o seu último sacrifício e redenção, foi o ponto alto, aquele em que realmente surgiu uma lágrima no canto do olho. Caroline, Alaric e a escola também foi uma ótima ideia, fiquei entusiasmada com a carta de Klaus pois aumenta a esperança de a vermos em The Originals, não só pela relação de ambos mas também porque, como disse, ela é uma personagem que evoluiu bastante. Fiquei descontente pelo regresso de Elena não ter tido tanto destaque, principalmente no que toca ao romance com Damon, em que só tivemos mãos dadas e um beijo que todos os fãs comentaram ser um beijo no queixo… Até com Caroline Damon teve uma interação mais forte neste final! Apesar disso, vemos que todos acabaram felizes. Damon e Elena viveram juntos, ambos humanos, até ao final da sua vida longa e pacífica, quando morreram e voltaram junto para aqueles que amavam, como Stefan. Esta também foi uma ideia bonita, embora um pouco confusa, e adorei o facto de revermos quase toda a gente. É claro que me deixa a pensar que a vida deles não poderá ter sido tão calma assim, afinal eles sempre foram perito em encontrar velhos vilões como problemas para resolver.
Resumindo, apesar de ter sido um final demasiado corrido para uma série que já está a acabar há várias temporadas e cujo ponto final deveria ter sido escrito mais cedo, foi um final que encerrou o capítulo com mestria. Dá a sensação que ficou tudo no seu devido lugar, e teve sempre imensos momentos que provocaram nostalgia ao recordarem o início de tudo. Já não existirão mais episódios para ver, as despedidas são sempre dolorosas. Resta-nos agradecer as oito temporadas e acompanhar The Originals!