The Shining - Um livro iluminado pelo brilho de Stephen King
- Orquídea Polónia
- 3 de mar. de 2017
- 3 min de leitura
Cá estou novamente para dar uma opinião literária, desta vez de um autor que estimo muito, Stephen King, o rei do terror. Já há muito que queria ler este livro, “The Shining”, pois o filme homónimo (“O Iluminado”) é um clássico do género que, não sendo assustador, está repleto de bons momentos que nos prendem ao ecrã e nos fazem aplaudir. Com a nova edição de bolso, da 11x17, finalmente tive o impulso para o ler. Aqui fica o veredito!

Apesar de não ser perfeito, é um livro excelente, o melhor que li até agora neste ano. Para quem não sabe, o livro conta a história de uma família que recupera de coisas menos boas, como o alcoolismo e o desemprego de Jack, o pai. Ele, o filho, Danny, e a mulher, Wendy, mudam-me temporariamente para um hotel, o Overlook, pois Jack arranjou emprego como vigilante, tendo que cuidar do hotel durante todo o inverno em que ele estaria fechado. O elemento mais surpreendente, além de mais inocente, é Danny, que tem um dom que lhe permite saber coisas: o que vai acontecer, em que estão as pessoas a pensar, o que já aconteceu no passado. A este dom chamam “o brilho”, e ele é das crianças mais iluminadas de sempre. Tudo começa a correr mal quando, numa época em que a tempestade de inverno está forte e a neve não permite que ninguém saia ou chegue até ao hotel, tudo se descontrola. O hotel parece ter vida própria e querer apoderar-se das pessoas, principalmente de Danny que tem tanto potencial. É nesse momento que Jack perde o juízo por completo quando vende a sua alma ao diabo e não distingue a ficção da realidade, decidindo que a mulher e o filho devem pagar. Pobre Danny que, com apenas 5 anos, acede aos pensamentos mais obscuros e vê as coisas mais aterrorizadoras. O final, esse, não vou contar para vos obrigar a ler!

Existem várias diferenças entre o livro e o filme. Mais uma vez, o livro é muito mais completo e dá-nos uma perceção mais realista e completa do que se passa na história. A empatia com as personagens é também mais fácil, apesar de a atuação de Jack Nicholson ter sido fenomenal. Enquanto no filme existe apenas uma salganhada de fantasmas e Jack fica louco de uma vez, no livro dá para ter a perceção gradual de como tudo acontece e a história complexa por trás do hotel. Além da vida que confere ao hotel, o livro também acentua mais as capacidades de Danny, o seu brilho. A grande diferença está no final, que nas linhas gerais é igual mas tem pormenores diferentes (vejam e leiam para saber do que falo!), sendo que de certa forma acaba por acabar mais leve no livro. Deixo outra curiosidade: pesquisei o que aconteceu aos principais atores do filme, tanto tempo depois e Jack (Jack) continua com excelente fama como ator, Danny Lloyd (Danny) não voltou a fazer filmes e Shelley Duvall (Wendy) tem sido falada pelas piores razões. Depois de tanto sucesso, a atriz parece estar a atravessar uma má fase na sua saúde mental, tendo ido ao Dr. Phill em Novembro passado, com queixas de que alguém (uma personagem fictícia, o xerife de Nottingham) a persegue. Parece quase tão assustada como Wendy, infelizmente, e espero que melhore!

Resumindo, o livro é fantástico e aconselho vivamente! Não é perfeito, pois por vezes estendia-se em pormenores tornando a leitura mais complicada, divagado um pouco. Mas está muito bem escrito e realista, apesar de ter como tema o fantástico. Nunca senti que era demasiado surrealista ou fantasioso! Muita descrição, além de existir um paralelo espetacular entre a realidade e o que se passa nas mentes das personagens. Adorei! Agora está na hora de me embrenhar na leitura de “Doutor Sono” a sequela deste livro!
Comments