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Poema | Rumo à saída

Orquídea Polónia

Quero ausentar-me da tua ausência

Quebrar um silêncio palpável

Distanciar-me do que está distante

Esquecer o que não chega a ser memorável

Quero libertar-me das profundezas

Deixar de navegar em oceanos rasos

Deixar ir o que nunca esteve cá

Aguardar que a vida traga novos acasos

Quero deixar de aguardar o que não chega

Ao inalcançável dou o meu tudo de nada

Esvaziar-me de sentidos sem sentido nenhum

Arrancar as raízes de uma flor que já foi cortada

Quero silenciar esta música que não toca

Reencontro-me na tempestade, mas é tempo de ir

Agradecer o que fica, esquecer o que vai

De experiências se faz a vida, e também do sentir.

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