Ouço a brisa sussurrar
Parece ser o teu nome que estou a ouvir
Começo-me a ir embora
É difícil ficar, é mais fácil fugir
O vento parece empurrar-me
Mas eu não vou ceder
Continuo de braços cruzados
Maldita brisa, não me vai deter
Vejo o sol nascer de novo
Sorri, emanando esperança
Mas desvio o olhar, a medo,
Os astros não são de confiança
Olho para trás, não vem ninguém
Alma viva que me possa impedir
Ninguém me pede para ficar
Talvez o melhor seja partir
Porque se as flores não crescem
Por quanto tempo as vou regar?
Esperando que floresçam
Em solos inférteis, sem pétala dar
Se uma árvore não dá frutos
Talvez vá à árvore vizinha
Ou talvez não coma o fruto
Tal teimosia é a minha
Quando o sol brilhar de novo
Avanço a medo, até não ir mais,
Por medo irei recuar de vez
Até brilharmos de formas iguais.