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Poema | Esmorece o que não floresce

Orquídea Polónia

Ouço a brisa sussurrar

Parece ser o teu nome que estou a ouvir

Começo-me a ir embora

É difícil ficar, é mais fácil fugir

O vento parece empurrar-me

Mas eu não vou ceder

Continuo de braços cruzados

Maldita brisa, não me vai deter

Vejo o sol nascer de novo

Sorri, emanando esperança

Mas desvio o olhar, a medo,

Os astros não são de confiança

Olho para trás, não vem ninguém

Alma viva que me possa impedir

Ninguém me pede para ficar

Talvez o melhor seja partir

Porque se as flores não crescem

Por quanto tempo as vou regar?

Esperando que floresçam

Em solos inférteis, sem pétala dar

Se uma árvore não dá frutos

Talvez vá à árvore vizinha

Ou talvez não coma o fruto

Tal teimosia é a minha

Quando o sol brilhar de novo

Avanço a medo, até não ir mais,

Por medo irei recuar de vez

Até brilharmos de formas iguais.

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