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Poema | Quando a lua perdeu o sol

Orquídea Polónia

Agora eu sei que é miragem

O que desejei eterno foi só passagem

Tal como a lua, as faces são variadas

Vai e volta em ciclos, vidas viciadas

Como uma luz intermitente

Um sonho em forma de gente

Qual poesia do impossível

Pinta-se o que foi invisível

Agora preto e branco, antiguidade

Questiona-se se já foi verdade

Apenas uma memória esbatida

Uma recordação quase esquecida

Não vamos reavivar o que já morreu

Este tipo de dor já conheço eu

Devia ter previsto a sua chegada

Soubesse eu que restaria o nada

Menos que nada, apenas esperança

Pois quem espera por gosto não cansa

Mas um dia quando a lua alto se puser

O sol beijará outra estrela, voltará a viver

Nessa noite terminará o que não começou

A lua perceberá que nunca se eclipsou

E que o sol brilhava mesmo sem ela

Deixou de esperar no alto, qual sentinela.

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