Isto era o necessário, um ponto final.
Falamos tanto em escritores que não percebemos que é a vida que escreve por nós.
É ela que nos coloca a pontuação nos versos.
A vida ensina-nos que, às vezes, duas pessoas não rimam.
Manda-nos pontos de exclamação que às vezes decidimos interpretar como vírgulas.
Manda-nos pontos de interrogação sabendo que nós já temos as respostas.
Ai vida! Esse teu modo de nos pontuar…
De preencher todos os cantos destes cadernos,
Por vezes com rabiscos imperceptíveis.
Vida que nos escreve, faz-nos condutores da sua palavra.
Conhecedores dos seus textos, por lermos vorazmente o seu manual.
Versos que nos fazem, que nos transformam.
Livros que somos nós, criando histórias que são de todos.
É então que ela nos sussurra aos ouvidos:
Deixa que o dom se transforme numa maldição,
É a tristeza que nos brinda com as melhores palavras.