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Poema | Buraco Negro

Orquídea Polónia

Há em mim um buraco

Algo negro de podridão

Apenas eu consigo sentir

Ninguém vê para o coração.

Mesmo quando o sol brilha alto

E não há chuva a cair

O buraco parece um bloco de gelo

Até que deixe de o sentir.

Mesmo com a chuva a correr

Os pingos a baterem na face

Tudo parece estar a morrer

Não há vida que se espalhasse.

Nem quando as mãos tremem cansadas

Quando os ombros não aguentam o peso

Não há olhar que se cruza e compreenda

O turbilhão que vive cá dentro

Onde as palavras já estão exploradas

Já não bastam para medir o sentimento preso,

Um buraco negro vindo de uma lenda,

Remoinho forte com o coração no centro.

(Escrito em Março de 2017)

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