No mundo assustador que era a terra
Uma criança gritava assustada
Perdida no meio da floresta
Pela luz da lua iluminada
Estreitava os olhos na escuridão
Procurando um caminho a percorrer
Fugia dos barulhos, sobressaltada,
Estremecendo todo o seu ser
Corujas, veados, melros
Todas as criaturas a observavam
Mas era aquela de olhos amarelos
A que mais delas cantavam
Cantava uma canção em silêncio
Fazendo cada alma arrepiar
Encontrara o corvo negro
Perdera-se no seu olhar
Ele observa-a desde sempre
Antes até de na floresta entrar
Ela sabia que chegara o fim
Sentia o sangue a congelar
Pobre criança que sentira
A vida cair junto com a noite escura
Apenas com as estrelas como testemunha
Da malvadez do corvo crua e dura.